Mirage 650

A maioria das motos custom tem estilão clássico, meio retrô. Raras exceções ficam por conta da Harley-Davidson V-Rod e da nova Yamaha V-Max, que ainda não desembarcou no Brasil. Outra marca que também oferece um visual agressivo em sua linha custom de média cilindrada é a Kasinski Mirage 650 EFI. Estrela da marca com direito a filme publicitário em horário nobre, o modelo foge do lugar comum por meio de um desenho mais atual – tanque afilado, quadro a mostra e lanterna traseira com LEDs -, mas sem deixar de lado o tradicional motor de dois cilindros em “V” a 90 graus e muitos cromados. O preço sugerido da Mirage 650, que na realidade é fabricada pela sul-coreana Hyosung, é de R$ 26.500.
De espírito jovem, a moto realmente chama atenção por onde passa. Em uma parada para abastecimento, um motociclista fez um comentário que resume bem esta história: “Bonita hein! Quantas cilindradas?”. Depois de informado que era a Kasinski Mirage de 650 cm³ de capacidade cúbica e 80 cv de potência máxima, ele respondeu: – “Pelo porte e estilo esportivo dessa custom, pensei que tivesse um motor mais potente”.
Mirage 650

Motor vigoroso
Depois da parte estética, o motor desta custom merece destaque. Com duplo comando no cabeçote (DOHC), o “V2” de 647 cm³ de capacidade está equipado com refrigeração a água e injeção eletrônica de combustível. O propulsor da Mirage 650 gera potência de 80,7 cv a 9.250 rpm e 6,9 kgf.m a 7.250 rpm de torque máximo. De comportamento vigoroso e boa retomada, o motor – o mesmo utilizado na esportiva Comet GT 650 R EFI – tem melhor rendimento em médios e altos regimes de rotação.
Quando giramos o acelerador sem dó, o consumo de combustível da moto foi de 16 km/l. Mas, mantendo velocidades entre 90 e 120 km/h, a Mirage 650 fez até 20 km/l. Na média, a moto pode rodar quase 300 km com um tanque de combustível (16 litros). Avaliada praticamente todo o tempo na estrada – seu habitat natural – a velocidade de cruzeiro é de 140 km/h. Nesse ritmo parece que o motor trabalha mais “relaxado”, apesar de a moto não estar equipada com sexta marcha over-drive.
Como nas Harley, a transmissão secundária da Mirage 650 é feita por meio de correia dentada. O ponto negativo ficou para o câmbio, que poderia ter engates mais precisos.

painel da Mirage 650

Ciclística
Construída sobre um quadro tubular de berço duplo, o modelo conta com suspensão invertida (upside-down) com regulagem e 126 mm de curso. Na traseira, tradicional sistema bichoque ajustável e com 130 mm de curso. O conjunto é macio e absorve bem as imperfeições do piso. Claro que rodando nas ruas e avenidas esburacadas de São Paulo, a moto sofreu bastante com o asfalto irregular, porém na estrada com asfalto liso o funcionamento do conjunto de suspensões esteve de acordo com a proposta da moto.
Já nos freios a Mirage 650 está equipada com disco em ambas as rodas. Na dianteira, duplo de 300 mm de diâmetro com pinça de dois pistões fixada radialmente. Na traseira, simples de 260 mm de diâmetro com pinça de dois pistões.
O sistema está bem equalizado e de acordo com a proposta estradeira da moto. Além disso se comportou muito bem quando exigido ao extremo. Para ajudar no trabalho de amortecimento e frenagem, a Mirage está equipada com pneus Bridgestone – 120/70-ZR 18 (D)/ 180/55-ZR 17 (T).

Teste cego e concorrência

Se fizéssemos um “teste cego” entre os modelos custom disponíveis no mercado, ou seja, rodar com as motos sem saber qual a marca e modelo, com certeza o resultado apontaria gratas surpresas. Deixando os “preconceitos” de lado, com certeza a Mirage 650 superaria suas adversárias em alguns quesitos. A custom de média cilindrada da Kasinski oferece design diferenciado, motor com respostas rápidas e bons níveis de acabamento, ergonomia e conforto.
A moto tem assento em dois níveis e pedaleiras ajustáveis em duas posições para o piloto. O guidão não é muito aberto, o que facilita rodar no corredor e não cansa o motociclista na estrada. Os espelhos retrovisores estão bem posicionados e oferecem uma visão privilegiada dos veículos que se aproximam.
A custom da Kasinski é uma moto estável, equilibrada e confortável. Detalhe: o painel digital, que infelizmente não traz os giros do motor, está bem posicionado e conta com regulagem de luminosidade.
As principais concorrentes desta Kasinski são a Harley-Davidson 883R (R$ 25.990), Honda Shadow 750 (R$ 29.980), Yamaha XVS 950 Midnight Star (R$ 31.265), Suzuki Boulevard M800 (33.900) e a Kawasaki Vulcan 900 (R$ 33.990). Todas com preços e motores de maior capacidade cúbica se comparados ao da Mirage 650.

Ficha técnica:

Motor: Dois cilindros em “V”, quatro tempos, DOHC, 8 válvulas por cilindro
Capacidade cúbica: 647 cm³
Potência máxima: 80,7 cv a 9.250 rpm
Torque máximo: 6,9 kgf.m a 7.250 rpm
Câmbio: Cinco marchas
Transmissão final: Correia dentada
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Tubular de berço duplo
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido com regulagem e  126 mm de curso
Suspensão traseira: Balança bichoque ajustável, com  130 mm de curso
Freio dianteiro: Disco duplo de 300 mm de diâmetro com pinça de 02 pistões fixado radialmente
Freio traseiro: Disco simples de  260 mm de diâmetro com pinça de 02 pistões
Pneus: 120/70-ZR 18 (D)/ 180/55-ZR 17 (T)
Comprimento: 2.430 mm
Largura: 840 mm
Altura: 1.155 mm
Distância entre-eixos: 1.665 mm
Distância do solo: 160 mm
Altura do assento: 675 mm
Peso a seco: 167 kg
Tanque de combustível: 16 litros
Cores: Preta e Vinho
Preço sugerido: R$ 26.500,00
Neste teste, o piloto usou capacete LS2 FF396 Delta
Fotos: Gustavo Epifanio
[Por:Moto.com.br