sábado, 16 de outubro de 2010
NXR 150 Bros Mix
Desde janeiro a Honda só fabrica a versão Mix da versátil NXR 150 Bros. Até maio já foram emplacadas 73.649 unidades do modelo on/off-road. Os números colocam a Bros como a terceiro moto mais vendido no Brasil. Só perdendo para a linha CG (125 e 150cc). Disponível nas versões KS (partida a pedal e freio a tambor), ES (freio a tambor e partida elétrica) e a ESD (com partida elétrica e freio a disco), os preços da Bros variam entre R$ 7.890,00 e R$ 8.690,00.
Em 2009, a Bros 150 passou por uma grande reformulação. Do paralama à rabeta, passando pelo motor, que ganhou injeção eletrônica de combustível. Na dianteira, as linhas ficaram mais angulosas e a carenagem do farol também mudou. As aletas do tanque ganharam volume e contribuem para deixar a Bros 150 com cara de moto de maior capacidade cúbica. Da injeção até ganhar a tecnologia flex foram apenas alguns meses.
Agora o modelo pode rodar só com gasolina, só com álcool e ou com os dois combustíveis “misturados” em qualquer proporção. A NXR 150 Bros Mix é a primeira da categoria on/off-road dotada do sistema “flex fuel”.
Motor e consumo
O motor da Bros 150 Mix é um monocilíndrico de quatro tempos, com comando simples no cabeçote, 149,2 cm³ de capacidade e alimentado por sistema de injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection).
Quando abastecida com álcool, segundo a Honda, a potência chega aos 14 cv a 8.000 rpm e o torque, a 1,53 kgf.m a 6.000 rpm. Com gasolina, esses valores ficam em 13,8 cv de potência e 1,39 kgf.m de torque. Mas na prática, no “acelerador”, é impossível sentir a diferença de potência e torque. Já no bolso…
Na primeira fase do teste de consumo de combustível, a Bros Mix rodou exclusivamente na cidade com gasolina (comum). Por 15 dias a moto encarou congestionamentos e as vias expressas da cidade de São Paulo. A Bros Mix obteve média de 30 km/l.
Para encher o tanque de gasolina, o motociclista gasta pouco mais de R$ 27,00 e a moto pode percorrer cerca de 330 km. Antes de iniciarmos a segunda etapa do teste, esgotamos o tanque completamente e abastecemos com etanol. Exatos 11 litros (R$ 13,19).
Nesta etapa colocamos a Bros Mix para rodar na estrada – rodovia dos Bandeirantes. Com velocidades entre 90 e 110 km/h, a moto cravou média de consumo de 20 km/l. A autonomia também caiu para 220 km.
Em função de sua agilidade e versatilidade, vale a pena ressaltar que a Bros 150 não é uma estradeira. Está mais para uma “CG rural”, já que conta com suspensões com maior curso, quadro de berço semiduplo e um visual mais agressivo. Porém compartilha praticamente o mesmo motor da CG 150 Titan.
Impressões
Se no dia a dia a Bros esbanja agilidade, na rodovia falta torque e potência para superar os ônibus e caminhões. Em alguns momentos, o piloto pode tomar alguns sustos na estrada, já que tem que rodar o tempo inteiro com aceleração máxima. Muitas vezes até baixando uma marcha para tentar ganhar velocidade.
Na chuva, atenção redobrada. Óleo na pista, deslocamento de ar e aquele “spray” que sobe quando a moto é ultrapassada pode ser um dos fatores determinantes para uma queda ou acidente. Por isso, “prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém”.
Rodando por mais de uma hora ininterrupta sobre a Bros 150 Mix, o piloto sente-se cansado em função da adoção de espuma do assento muito dura. Para finalizar, o conjunto óptico poderia oferecer um feixe de luz mais forte, pois a lâmpada de 32 W é fraca.
Luzes indicativas no painel
Além do funcionamento uniforme e acelerações progressivas do motor, outro destaque fica por conta da injeção eletrônica de combustível. O sistema gerencia a partida a frio. Em nenhum momento da avaliação, seja abastecida com gasolina ou álcool, a Bros “pipocou” ou engasgou. Sempre pegou de primeira, mesmo no inverno paulistano. Claro que na primeira partida do dia era preciso acionar o botão do “start” por mais tempo, mas fazendo isso o motor acordava sem problemas.
Para entender as indicações no painel da Bros 150 Mix é preciso seguir as dicas do fabricante. Ou seja, quando as duas luzes (“MIX” e “ALC”) estiverem apagadas, significa que a partida é possível em qualquer temperatura. Se a “MIX” estiver acesa, o usuário deve abastecer sua motocicleta com um mínimo de dois litros de gasolina. Foi o que aconteceu quando a moto testada recebeu 100% de álcool. A luz “MIX” ficou acesa, mas em nenhum momento a Bros “negou fogo”.
Seguindo as recomendações da Honda, caso a “ALC” esteja acesa, é preciso adicionar pelo menos três litros de gasolina. Se, ao ligar a chave de ignição, a lâmpada “ALC” piscar, significa que a temperatura ambiente é baixa e que o teor de álcool no tanque é alto – o que pode dificultar a partida. Em locais no qual a temperatura fica ambiente abaixo dos 15ºC, recomenda-se que o tanque da Bros Mix tenha no mínimo 20% de gasolina para que se garanta a partida a frio.
Cálculo para a economia
O álcool, apesar de ser mais barato, tem consumo pior e, consequentemente, acaba primeiro que a gasolina. Por isso, o preço do etanol na bomba de combustível tem que ser vantajoso para o consumidor, de até 70% do cobrado na gasolina. Calcular a diferença é simples: basta pegar o preço do litro da gasolina e multiplicar por 0,70. Por exemplo: se o litro custa R$ 2,50, só vale a pena abastecer com o álcool se estiver a R$ 1,75 ou menos (R$ 2,50 multiplicado por 0,70 é igual a R$ 1,75). Se o preço do litro do álcool superar R$ 1,76, é melhor escolher a gasolina.
Na capital paulista, vale a pena rodar com a Bros 150 Mix abastecida somente com etanol, já que o preço em muitos postos gira em torno de R$ 1,20. Portanto, o combustível “verde” oferece maior economia no bolso do motociclista e menor emissão de poluentes na atmosfera em São Paulo. A única desvantagem é que a autonomia da moto diminui e o piloto tem de parar mais vezes para abastecer.
Ficha Técnica:
Motor: Monocilíndrico, OHC, 4 tempos, arrefecido a ar
Cilindrada: 149,2 cm³
Potência máxima: 13,8 cv a 8.000 rpm (gasolina) ou 14,0 cv a 8.000 rpm (álcool)
Torque máximo: 1,39 kgf.m a 6.000 rpm (gasolina) ou 1,53 kgf.m a 6.000 rpm (álcool)
Alimentação: Injeção Eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection)
Capacidade do tanque: 11 litros
Câmbio: Cinco velocidades
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 180 mm de curso
Suspensão traseira: Mono-shock com 150 mm de curso
Freio dianteiro: Tambor de 130 mm de diâmetro
Freio traseiro: Tambor de 110 mm de diâmetro
Chassi: Berço semiduplo
Dimensões (C x L x A): 2.036 X 810 X 1.138 mm
Altura do assento: 830 mm
Altura mínima do solo: 224 mm
Entre-eixos: 1.335 mm
Peso seco: 117,5 kg (versão KS), 118,6 kg (versão ES) e 119,1 kg (versão ESD)
Cores: preto, vermelho e laranja
Preço público sugerido: R$ 7.890,00 (KS), R$ 8.290,00 (ES) e R$ 8.690,00 (ESD)
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